Há uns três meses eu tive que trocar de carro. Comprei um que estava namorando, mas o mais simples da marca. Só coloco a mão onde alcanço e foi o que era mais compatível com minha renda.

Aí um colega de trabalho me viu chegando, disse que estava pensando em comprá-lo também, perguntou mil coisas, eu respondi as mil coisas, ofereci as chaves pra ele dirigir, ver a maciez da poltrona, o tamanho dos porta-luvas e a velocidade do limpador de pára-brisas.

Aí ontem ele me encontra e diz: “Renata, comprei mesmo o carro. Mas foi o do bom.”

Três segundos de silêncio pra eu digerir o mas foi o do bom. Mas eu, fina, dei parabéns e disse que ele merecia. O do bom.