segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

E as compras coletivas viraram febre, né? Passada a desconfiança inicial, lendo matérias em jornais e revistas e ouvindo pessoas falarem maravilhas, resolvi pagar pra ver.

Então chegou o dia agendado para fazer o poderoso “Peeling Mecânico de Cristal + Tratamento Iluminador com Polifenóis de Uva”, comprado no Peixe Urbano. A descrição era quase a promessa de virar uma Gisele Bundchen. Vejamos:


· 70% de desconto em Peeling Mecânico de Cristal + Tratamento Iluminador com Polifenóis de Uva no Istituto de Bellezza Luminositá (de R$140 por R$42)
· Peeling Mecânico: Ajuda a rejuvenescer a pele
· Tratamento Iluminador: Devolve uniformidade e luminosidade à pele
· 80 minutos de tratamentos para deixar a pele impecável
· Procedimentos de nível internacional
· Equipe especializada
· Atendimento personalizado em cabines individuais
· Ambiente clean e descontraído
· Localizada no coração do charmoso bairro de Icaraí


Bem, pra início de conversa, na hora de agendar a sessão, a menina me informou que eles tiveram um problema com a sala e não atenderiam mais no “coração do charmoso bairro de Icaraí”, e sim no centro da cidade. Ok, ok. Paciência, Renata. Apesar deles divulgarem a realização do serviço em Icaraí, não há tanto mal nisso. Só um pequeno inconveniente. Vale a pena para ter a pele da Gisele Bundchen, afinal de contas.

Lá vou eu, então, nesse sábado, submeter-me à sessão de peeling cristal + não sei o quê.

O lugar era uma sala num prédio comercial no centro da cidade. Não existia identificação alguma. Só uma porta branca com um olho mágico. Ok, ok. Paguei pra ver, vou até o final. Entro no muquifo e uma mocinha me pede pra aguardar, já oferecendo sessões adicionais. Eu, a simpatia em pessoa, escuto até o final, mas recuso o pacotão de peelings oferecido.

Aí, gente, chega a minha hora. O lugar anunciado, onde eu me submeteria a “procedimentos de nível internacional”, como vocês podem ver ali em cima, teria “cabines individuais” e “ambiente clean e descontraído”. Só que eu deitei, na verdade, em uma maca, numa sala 2x2, ao lado de outra vítima, já besuntada com máscara no rosto, num lugar cheio de divisórias e vasos com flores de plástico.

Os “80 minutos de tratamentos para deixar a pele impecável”, foram, na verdade, 45 minutos de uma overdose de cremes baratos e pegajosos em meu rosto. Porque eu, dona de uma pele problemática, já fiz inúmeros peelings e sei exatamente como é. A única coisa que senti foi uma micro esfoliação. Se comprasse Clean&Clear na Pacheco, acho que estaria mil vezes no lucro.

No meio do processo, o telefone da “esteticista” toca e ela passa uns quinze minutos falando com uma amiga, e perguntando sobre o beijo do carinha da noite anterior e se ele tinha uma boa pegada. Sério mesmo.

Só sei que fiquei tão chocada com aquilo tudo que, quando terminou, só consegui perguntar à “esteticista” com que aparelho ela fez o peeling e, gente, eu juro, ela me mostrou uma “ferramenta” que nada mais era que uma haste de plástico com uma lixa adesiva em uma das extremidades.

O que eu poderia fazer ali? Não sei. O que aconteceu é que não fiz nada. Calcei minha sandália, ajeitei o cabelo e dei tchau. Ela ainda tentou me oferecer novamente um pacotão de peelings e eu só disse, saindo pela porta, “não, obrigada. tchau”.

Por isso, gente, muito cuidado. Confesso que, no início dessa febre, fiquei desconfiada com muitas ofertas. Mas dei um crédito porque, afinal de contas, o preço barato se justificaria diante de tamanha divulgação e, obviamente, do número de compras. Enfim, a minha experiência não foi positiva, não. Longe disso.